Energia, água e sociedade:o futuro segundo Ray Kurzweil e o Novo Marco Regulatório

20/11/13

José Mendo Mizael de Souza

A conceituada revista “HSM Management”, em sua mais recente edição, traz interessantíssima matéria com visões do futuro, entre as quais destacamos algumas de Ray Kurzweil – empreendedor, professor da Singularity University e engenheiro-chefe do Google –, relativas à energia, água e sociedade, todas essenciais à Mineração.

Entre outros, Kurzweil, expressa sua convicção de que “a sensação de que a escassez persistirá para sempre” é uma percepção equivocada. As mesmas tecnologias que nos fazem mais inteligentes servirão para aumentar os recursos. Nós só ficaremos sem energia se nos limitarmos às soluções do século 19, como a dos combustíveis fósseis. “Teremos 10 mil vezes mais luz solar do que a necessária em termos de energia, vinda do Sol, de graça. Não podemos plugar geladeira no Sol se não o convertermos em eletricidade, claro, mas existem inovações da nanotecnologia que permitem transformar a energia solar em eletricidade a custos cada vez mais baixos. O montante total de energia solar aumenta de maneira exponencial faz 30 anos: duplica a cada dois anos, o que significa que só falta duplicar sete vezes mais para satisfazer 100% da necessidade do mundo. Ou seja, em 14 anos, poderemos usar toda energia solar que quisermos a um custo muito mais baixo, e só estaremos utilizando uma milésima parte do que o Sol é capaz de gerar. (…) Algo parecido ocorre com a água: existe muita, mas não potável, e, com energia de baixo custo, poderemos torná-la potável. Idem para os alimentos e para o acesso à informação de qualidade. Os melhores cursos de Harvard e do MIT (Massachusetts Institute of Techonology) já podem ser feitos a distância sem custo e milhares de escolas na África já os estão fazendo. Em pouco tempo estarão disponíveis em todos os idiomas e para todas as idades.”

Quanto à sociedade, “em apenas 15 anos, Kurzweil enxerga uma sociedade muito mais criativa do que a atual. Segundo ele, as pessoas poderão estar em ambientes de realidade virtual com imersão total, tão realistas quanto a verdadeira realidade, e conceber pensamentos grandiosos apreciando e criando música, literatura e obras de arte em uma medida muito maior do que agora. Conseguirão aparecer em vários lugares ao mesmo tempo, dando conferências simultâneas em diversos pontos do globo.” (…) Vale lembrar que Kurzweil não titubeia ao chamar os homens de “máquinas humanas”. “Já somos máquinas humanas, se você pensar bem. O iPhone que carrego em meu bolso é inteligência não biológica e me torna mais inteligente do que eu era há dez anos, porque posso ter acesso a todo conhecimento humano apertando poucas teclas. Um dia, antes do que pensamos, um iPhone estará dentro do nosso cérebro, porque terá o tamanho de um glóbulo – alguns doentes de Parkinson já têm neuroimplantes”, diz o especialista.

“A consciência e sentimentos como o amor acabarão?” Kurzweil admite que o mais difícil de reproduzir, em um computador, são as emoções humanas. “Emoção é uma das coisas mais inteligentes que existem. Ser divertido, ser sexy, ser amoroso são comportamentos complexos na vanguarda da inteligência humana. Mas acredito que um computador vai poder nos fazer rir ou chorar, tendo a essência do comportamento humano. E, por incrível que pareça, isso nos tornará mais humanos”, observa ele com segurança.

Isto posto, a meu ver, cabem, aqui e agora, então, algumas perguntas, bastante atuais, para nós brasileiros, como por exemplo: O Novo Marco Regulatório proposto para a Mineração brasileira contempla as inovações e as estimula? Para vencermos as “batalhas” do futuro, a flexibilidade já é e/ou será um diferencial fundamental para nós brasileiros? Em sendo, a seu ver, qual dos dois – o Novo Marco ou o atual Código de Mineração – proporciona maior flexibilidade à Mineração brasileira? As respostas a estas perguntas serão de cada um de vocês.

Fonte: Revista Minérios & Minerales – Ed. 355 – Nov.2013



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